sábado, 12 de outubro de 2013

A tua poesia ilumina minha noite



Gosto de inventar amores. Qual o dissabor disto? Transformo a vida nas mansas horas de tumultuosas paixões de beira de esquina. O sabor do cheiro, do gosto tonto, do prazer ensaboado, dos olhares cheios de quereres... Ah, idealizações amorosas. Puxo, rasgo, prendo, solto. Sentimento alvoroçado, fiel, tênue, maciço e claro -  flutua dentro de mim, e neste momento enganosamente sublime, isto já me basta. Sou do pecado e dos jogos. Do olhar de quereres novos. Quando ponho em ato me reponho, me recrio, me refaço. Invento um segredo que todos sabem. Ganho a noite como uma mentira, como um favor ao mundo. Me apaixonar? Já nasci apaixonado. Por você, por ela, pela noite, pelo mundo desfavorecido de olhares distantes ou de olhares de incógnita ou de olhares maneiros, a todos nomeio. Sempre são grandes. Mas repito: não tenho medo. Neste quesito não sou fraco. Me lanço, em tudo onde falta corpo, e sobra, reverbera meu desejo. Duram dias, meses ou anos. Às vezes, segundos. Sim, segundos de surpresa. Não sou este, não sou aquele e nem aquilo. Sou de dizer poesias de madrugada. De cantar com o sol a bater a ponta do horizonte, mistificando tudo, enchendo tudo de prazer de raios. Transformando tudo em minha poesia. Poesia que me prende a você, mas que me solta em tudo... que me largou na madrugada. O sentimento me veio como um demônio, para provar que estou vivo. E fiquei louco. Mas que loucura boa meu deus! Há alguém fantástico a nos espreitar. Tudo está vivo.

E algo me roga que eu continue a viver entre liberdade e apego desapegado.

Eu menti. Não sou eu que os crio. É um coração vagabundo e mal criado que tenho. E que insiste em perdoar-me quando me vingo dele.